sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Jornalismo e Sensacionalismo

A palavra sensacionalismo, pela própria definição, designa a ideia de passar a sensação do fato ou do acontecimento noticiado ao leitor. Portanto, todos os jornais são, mais ou menos, sensacionalistas. O que vai diferenciá-los é o grau de mercantilização dado a notícia. Essa notícia é manipulada, alterada e, por esse motivo, recria os fatos e dá a eles uma nova dimensão a partir do ângulo de visão de quem a escreve.
A parcialidade entranhada nas notícias, mesmo que involuntariamente, pois quando se escreve não há como distanciar-se integralmente do seu discurso, é carregada de noções preconceituosas e julgadoras, através de cargas subjetivas que deixam transparecer o pensamento do jornalista ou da linha editorial seguida pelo jornal.
A notícia não é seguida por uma bula que explique as causas, as razões e as projeções dos acontecimentos, e por isso, o leitor já é coagido a pensar contrário aos protagonistas dos assaltos, seqüestros, assassinatos. Pois, o jornalista não deseja esconder o cadáver (que é o material responsável pela venda da notícia), mas oculta os verdadeiros motivos que levaram o criminoso a cometer aquele ato e, com isso, faz o público voltar-se contra os personagens da construção mítica na qual se transformou a notícia. Esse exemplo reforça o que é a prática jornalística que, na intenção de chocar, apela, geralmente, para a sexualidade e a violência contra o individuo.
De fato, existem alguns jornais que se consolidaram como de prestígio graças: ao sucesso financeiro; modernização da empresa jornalística; e a tradição editorial que a caracteriza como séria. Porém, mesmo esses jornais, não escapam do sensacionalismo. Entretanto, há outros tipos de jornais, os ditos popularescos, que são mais radicais na apelação pelo sensacional. Eles reproduzem o cotidiano das metrópoles, como se o ângulo de observação fosse o do “povão”.
A emocionalidade e a explosividade dos fatos, dos protagonistas e das circunstâncias são definidos a partir do que o jornal pretende alcançar com aquela notícia. Esse impacto sobre a sociedade precisa ser mantido a cada edição e, nessa tentativa, o jornalista acaba transformando o dia magro em acontecimentos explosivos.