quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A coisa tá pegando fogo!

A conferência do clima COP 21 discutiu o aquecimento global, debatendo soluções para que a temperatura em todo o mundo não continue a subir nos próximos anos. Desde a metade do século XIX, quando começou a revolução industrial, a temperatura mundial aumentou 1°C e está caminhando para aumentar mais 1°C. O Documento Final da COP 21 foi assinado com um acordo para criação de um fundo de R$ 100 bilhões para limitar aquecimento a 1,5 ºC a partir de 2020. 

Enquanto os chefes de estado preveem que a situação climática pode piorar até o fim do século, no interior paraibano os moradores já sentem os efeitos do aquecimento de forma muito mais prática. Sem os aparelhos de ar-condicionado do palácio francês onde as discussões aconteceram, os paraibanos enfrentam uma das piores secas dos últimos cem anos. A estiagem fez secar açudes, tornou inviável a agricultura em algumas regiões e o cultivo de algumas plantações em outras regiões do nosso Nordeste. O nosso semiárido parece nunca ter estado tão árido, num estado de emergência, quanto agora quando completamos um ciclo de quase cinco anos sem chuvas regulares.
A sabedoria popular dos agricultores dos torrões sertanejos do nosso Estado nos diz que todo ano de final 5 é temporada de seca e a escritura do senso comum se cumpriu nas linhas dos pesquisadores. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, 2015 é o ano mais quente da história do planeta. Seca no chão e céu no seco. A umidade relativa do ar, que deveria ficar entre 40% e 60% para ser considerada satisfatória, chegou a 11% em novembro em Patos, no Sertão da Paraíba. Os termômetros já atingiram 38°C este ano na cidade, de acordo com a Aesa.
Os principais reservatórios paraibanos descem gota a gota para as suas reservas técnicas. O Epitácio Pessoa e o Complexo Coremas Mãe D'Água estão próximo de chegar na marca de um dígito na escala percentual de suas capacidade totais. Na região de Campina Grande o racionamento completou 1 ano e agora acontece durante metade da semana, ou seja, estamos metade do ano sem abastecimento. 
O grande temor é que a situação hídrica no interior provoque um colapso em várias esferas da sociedade, na indústria, no comércio, na vida cotidiana. As medidas governamentais estão contornando o problema pontualmente e a expectativa para a resolução mais definitiva é a concretização da transposição do Rio São Francisco.
Apesar da transposição estar com 81% das suas obras concluídos, a Bacia Hidrográfica está operando atualmente com pouco mais de 4% da capacidade total do rio, em função da seca que atinge o manancial em quase todas as cidades por onde ele passa. O estudo do projeto da transposição realizado pelo Ministério da Integração Nacional aponta que a água do rio abastecerá os estados como a Paraíba sem problemas para o Velho Chico, mas na atual situação os especialistas argumentam que a água, depois de transposta, deverá ser usada estritamente para consumo humano, sem atender à indústria ou à irrigação da agricultura. Conforme o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda: "A transposição do São Francisco pode significar tirar sangue de um paciente doente para colocar em outro paciente enfermo". 

sábado, 19 de dezembro de 2015

Cordel homenageia Rosil Cavalcanti no centenário do artista



No próximo domingo, 20, Rosil Cavalcanti completaria 100 anos se estivesse vivo. Rosil é o compositor de mais de 80 canções, muitos sucessos foram gravados por Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Marinês. O cordel “Baiões de Dois” que será lançado no próximo domingo faz uma homenagem ao artista.
O folheto será apresentado às 14h na Casa do Poeta, no bairro do Catolé e em seguida será exposto também no Museu de Arte Popular da Paraíba, o dos Três Pandeiros, às margens do Açude Velho. No Museu, o pesquisador paraibano Rômulo Nóbrega também estará em uma tarde de autógrafos do livro da biografia de Rosil “Pra Dançar e Xaxar na Paraíba: Andanças de Rosil Cavalcanti”.
O cordel trata especificamente da parceria entre Rosil e Jackson do Pandeiro, a dupla Café com Leite, responsável por tantas músicas e pela atuação no século passado na rádio Tabajara. Além disso, o mesmo cordel também traz outro poema sobre a parceria entre Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, já que 2015 também é o ano do centenário de Humberto, compositor do Rei do Baião.
É por isso que o nome do folheto é Baiões de Dois, já que trata de duas parcerias importantes para a cultura brasileira. As quadras dos versos foram inspiradas no poema de Orlando Tejo sobre os repentistas Louro do Pajeú e Pinto do Monteiro. O autor é Rafael Melo.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Rosil Cavalcanti: um pernambucano de Campina Grande?

Era assim que Rosil Cavalcanti se intitulava, um pernambucano de Campina Grande, já que o artista nasceu na cidade de Macaparana, mas adotou a Serra da Borborema para viver e construir sua obra. Contudo, Rosil era mais, ele era o Rosil do Brasil. Se estivesse vivo, o artista completaria 100 anos no próximo dia 20 de dezembro.
Diversos cantores como Luiz Gonzaga e Ary Lobo gravaram canções de Rosil. O pesquisador Rômulo Nóbrega afirma que ele escreveu mais de 80 letras e mais de 20 delas foram gravadas por Jackson do Pandeiro, seu grande parceiro, com quem formou a dupla Café com Leite do rádio paraibano. Os dois encantaram os ouvintes da rádio Tabajara, em João Pessoa, com um programa bastante descontraído e musical. O grande sucesso dos dois, Sebastiana, ganhou os carnavais, festas juninas e foi gravado em outros países.
Depois, Rosil deixaria a faixa litorânea e seguiria para Campina Grande para atuar na Rádio Borborema e as ondas tropicais da rádio o fizeram chegar nas casas de famílias de diversos estados brasileiros. Foi na Borborema que nasceu o personagem capitão Zé Lagoa. O Forró de Zé Lagoa, programa de auditório, se transformou em referência na cidade, virou música e se tornou lembrança.
A voz que lhe faltava para gravar sobrava para o rádio. Foi um fabuloso radialista, criando, inovando e pouco reproduzindo. Deu tons de graça aos programas policiais e encheu de humor os programas musicais no século passado em Campina Grande. Ele também escreveu folhetos de cordéis e levava uma vida de poesia. As cartas trocadas com D. Nevinha, sua esposa, tinham sempre um tom de graça, quando não de poemas.
Caçador que era, conhecia bem o solo, a vegetação, o clima seco do semiárido e a vida do Agreste, do Sertão e do Cariri, região que fez nascer uma de suas primeiras canções: “Meu Cariri”.
Ele tinha um jeito muito peculiar de guardar na mente as cenas cotidianas e retratá-las posteriormente em suas músicas. O compositor de obras memoráveis como “Cabo Tenório” e “Na Base da Chinela” fez músicas para animar as pessoas e outras de tom bastante nostálgico e reflexivo como Tropeiros da Borborema, esta junto com Raymundo Asfora. Rosil também era do Norte quando compôs o “Coco do Norte” e até hoje músicas como Sebastiana são tocadas ao som de uma sanfona do Sul. Não restam dúvidas, assim, que Rosil é de todas as regiões deste país e foi um dos maiores artistas do Brasil.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Baiões-de-dois – Rosil e Jackson do Pandeiro

Dupla Café com Leite


Os versos fazem uma homenagem a Rosil Cavalcanti, que completaria 100 anos no próximo dia 20 de dezembro. O poema narra a parceria do artista com Jackson do Pandeiro.


“Se você ainda não viu”
Vai ver um legado inteiro
Construído por Rosil
E com Jackson do Pandeiro


Jackson gravou do parceiro
Só canções de nota mil
Cantou Jackson do Pandeiro
Vinte músicas de Rosil


Sebastiana serviu
Como o sucesso primeiro
Inventado por Rosil
E por Jackson do Pandeiro


A letra estourou ligeiro
Na mão do negro gentil
Jackson era com o Pandeiro
A bomba, e o estopim Rosil


Mostrou o alfabetozil
Do inletrado brasileiro
O letrista foi Rosil
Junto a Jackson do Pandeiro


No carnaval brasileiro
Esta canção explodiu
Rodou o país inteiro
Mostrando o nosso Brasil


Em Pernambuco surgiu
Este sucesso primeiro
Dos nordestinos Rosil
E de Jackson do Pandeiro


Outro sucesso certeiro
Que o mundo todo assistiu
Que é de Jackson do Pandeiro
Em conjunto com Rosil:


Cabo Tenório até viu
Seu nome no mundo inteiro
Graças ao nosso Rosil
E ao Jackson do Pandeiro


Apresentando o Tropeiro
De Campina pra o Brasil
Sem o Jackson do Pandeiro
Com Asfora, fora Rosil


Alagoa Grande pariu
Jackson, que é brejeiro
O silvestre que foi Rosil
Pernambucano agresteiro


O Quadro Negro pioneiro
Que em uma letra surgiu
Era Jackson do Pandeiro
E o giz branco era Rosil


Café com leite fundiu
Da mistura dos parceiros
O branco leite Rosil
Café Jackson do Pandeiro

Pois Jackson detinha o cheiro
Da música do Brasil
Junto a Jackson do Pandeiro
Nata da canção: Rosil


Jackson gravou em vinil
E no rádio brasileiro
Deu entrevista a Rosil
Nosso Jackson do Pandeiro


Na rádio foi pioneiro
Um artista nota mil
Já sem Jackson do Pandeiro
Se destacava Rosil


Neste Brasil Guaranil
Não existem companheiros
Como foram MEU Rosil
Com SEU Jackson do Pandeiro


Nosso Jackson do Pandeiro
Era um cidadão civil
E do Exército Brasileiro
Foi o militar Rosil


Na gafieira existiu
Um forró super ligeiro
Comandado por Rosil
E por Jackson do Pandeiro


De coco foi um coqueiro
Que a nossa dupla emitiu
Coco Jackson do Pandeiro
Do Norte, e social Rosil


Uma bela obra construiu
Rosil, o grande engenheiro
E o arquiteto de Rosil
Claro, é Jackson do Pandeiro


Foi gigante o Vassoureiro
Quando esta dupla eclodiu
Depois, Jackson do Pandeiro
Varreu prêmios com Rosil


E agora você já viu
Este mar de cancioneiro
A cultura de Rosil
N’água Jackson do Pandeiro


Rosil foi o estaleiro
Onde atracou o navio
Cantor Jackson do Pandeiro
E compositor Rosil

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

26 de setembro: 85 anos de Raymundo Asfora

ELEGIA AO POETA

Então, fez-se um silencio. Não consolas
O triste – perguntei. E o vento amigo:
Dentro da morte viverei contigo,
Cantarei a canção das castanholas.
Ó Tempo, neste leito em que te evolas
És um rio….Ao menos no perigo
Não pudestes parar? Erro ou castigo
De Deus – ó Tempo – eternidade  rolas.

Eu quero ser eterna, a voz lhe disse.
Foi, então,que o silêncio da paisagem
Interrompeu-se, para que se ouvisse

O vôo de uma sombra que se expande
Por sobre a superfície da viagem…
O nosso mundo,agora,é menos grande.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A tragédia nas redes sociais

O pesquisador sobre midiatização Fausto Neto nos chamou a atenção para o novo caráter que as mídias assumem no nosso cotidiano, não mais como mediadores de discussões ou de ponte entre os cidadãos e os poderes. Agora, é pelas mídias que passa a própria dinâmica da vida social. Com o recente atentado terrorista à França, milhões de mensagens se alastraram pela rede mundial de computadores, smartphones, tablets, smartwacths, com informações sobre o acontecimento. Os próprios cidadãos se valeram das tecnologias para levar a amigos e parentes algum fato, alguma informação, enviando fotos ou vídeos por meio de aplicativos, de redes sociais. Estes conteúdos logo seriam acessados por não conhecidos e até utilizados por jornalistas. Em alguns casos, os próprios personagens que viveram essa história registraram algo do momento justamente pensando na relevância do caso e sabendo do potencial comunicativo daquele conteúdo.
A facilidade de acesso à internet, a disponibilidade de dispositivos móveis para criação de conteúdo e rápida disseminação e, sobretudo, a relevância do acontecimento fizeram os interessados no assunto buscar informações o tempo todo na internet, e não somente por meio dos sites de notícia, mas principalmente, nas redes sociais. No primeiro momento, os envolvidos diretamente no cenário do atentado fizeram registros que tão rapidamente seriam reproduzidos no mundo inteiro. As grandes empresas de comunicação deslocaram seus batalhões de repórteres para a capital francesa, mas nenhum material jornalístico era tão forte quanto o produzido pelos cidadãos comuns e todas as emissoras de TV, rádio, os sites e jornais impressos utilizaram sobremaneira os vídeos e áudios de whatsapp ou facebook dos franceses.
No twitter, encabeçando a lista dos trending topics no Brasil durante o fim de semana estava a hashtag #OMundoSeriaMelhorSe, convocando os usuários do microblog a refletirem sobre o atentado. Outras tags foram usadas como mecanismo de buscar pessoas desaparecidas ou de informar às autoridades francesas sobre o desaparecimento de parentes depois dos ataques. Isso tudo mostra um lado muito positivo do uso coletivo da rede em prol de ações, reflexões, debates em torno de um tema mundial. Uma mobilização internacional em solidariedade às vítimas também se construiu em função da tragédia, com mensagens de pesar dos internautas nas redes e até de estratégias das próprias empresas alocadas na internet que criaram aplicativos para colorir as fotos de perfis com as cores da bandeira francesa.

Contudo, muitos internautas não entendem a ferramenta que têm nas mãos e as possibilidades de interação. Muitas opiniões que antes ficariam confinadas, limitadas, restritas ao convívio das pessoas com seus familiares, amigos e colegas de trabalho, foram publicadas nas redes sociais e ganharam projeção maior do que deveriam e o pior é que se tratavam de mensagens negativas, denegrindo os franceses, a cobertura midiática do caso, e até, acreditem, vangloriando o feito do Estado Islâmico. Se uma lástima se concretizou em Paris, uma tragédia se desenhou nas redes sociais com a prospecção de visões tão limitadas e desumanas de tantas pessoas. Nessas horas, dá até para concordar com Umberto Eco, “Redes sociais deram voz à legião de imbecis”.

Alerta nacional (MICROCEFALIA)

Paixão platônica fecundada na dor
A placenta, grande escudo, enfraquecida
Tira a vida de quem vive para outra vida
Faz a mãe rebentar seu tesouro em terror

É uma gravidez que se inicia com amor
E que alimenta semanalmente a emoção
Mas que após o quarto mês vira gestação
De preocupação parturiente do horror

O médico foi técnico: "É microcefalia!"
E o evangélico falou que era o apocalipse
É uma farsa instaurada, o político disse
No enquanto a esperança daquela mãe falia

Pudesse eu um dia falar àquele mosquito
Eu lhe diria todo o mal que ele tem nos feito
E como a força dos homens tem se desfeito
Por alguém que não é maior que um simples cisto

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O sesquicentenário do pai do cordel




A poesia popular está em festa e a literatura de cordel convida todos os seus representantes para a comemoração máxima dos seus tempos, pois estamos no sesquicentenário de Leandro Gomes de Barros, o pai do cordel. Nesta quinta-feira, 19, o poeta faria 150 anos e se não fisicamente, seus versos garantem sua vitalidade. Aliás, 2015 vem nos deixar mais afeitos à nossa literatura popular. Também comemoramos este ano o centenário de Louro do Pajeú, do poeta Canhotinho de Taperoá e de Rosil Cavalcanti.
Um poeta nascido em Pombal, no nosso Sertão seco, mas de terra fértil para poetas populares e crescido na Serra do Teixeira, no Vale do Pajeú, onde os cordelistas, cantadores e violeiros brotam como Flor de Mandacaru quando o céu se veste de chuva. Leandro Gomes de Barros foi o responsável por transformar os poemas que eram oralizados pelos declamadores do fim do século XIX em folhetos impressos de cordel.
Ele não foi apenas o primeiro a publicar em cordel, como também foi o maior em quantidade e qualidade nesse gênero literário. Seus títulos até os dias atuais são densamente explorados nas pesquisas acadêmicas, nas análises antropológicas, culturais, sociológicas, linguísticas, literárias. Seus cordéis impressos em folhas de papel jornal viraram livros usados em escolas e citados em exames de vestibular.
Foi a partir do seu feito que a poesia popular do cancioneiro nordestino alcançou um status maior e que podemos ter acesso às jóias produzidas nos mais longínquos torrões sertanejos pelos vates nordestinos. Ressaltando ainda que muitos destes poetas que falavam a língua do povo eram, por vezes, analfabetos. O folheto, que transcreveu os versos para o papel, guardou a memória da visão tão apurada desses retratadores da vida simples do cotidiano no nordeste.
Portanto, é tempo de festejar quem escreveu Os martírios de Geonova, Branca de Neve, O Boi Misterioso, O homem que subiu de aeroplano até a lua, A cachaça, A dor de barriga de um noivo, A mulher do bicheiro, O retirante, O dez-réis do Governo, O aumento dos impostos, O milagroso do Beberibe, A batalha de Oliveiros com Ferrabrás, A Donzela Teodora, para citar alguns exemplos que saem da cabeça sem carecer pesquisa.
Assim, Leandro continua mais do que vivo nas nossas memórias apesar dos mais de noventa anos de sua passagem. Sua poesia é a própria vida do nosso povo atravessando as gerações para lembrar nossas raízes.


Eu vou falar de Leandro
Gomes, que é de Pombal
Seu poema é atual
Mesmo estando em outro antro
Ainda derramo pranto
Por não mais entre nós tê-lo
Poeta que fez com zelo
Tirou poema do barro
Leandro Gomes de Barros
É pra os vates um espelho

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Poema de São José da Matense discute a emancipação do distrito

Conversa de um distrito com o santo padroeiro
(Por Pipa) Claudoaldo Figueiredo

Ó meu santo São José,
Patrono deste lugar,
Curvado à sombra da mata,
Hoje venho te indagar.
Eu sigo sendo distrito
Ou devo me emancipar?
- Todo rapaz ou mocinha
Pede aos pais liberdade.
Assim também é o distrito,
Que pede pra ser cidade.
Almejam os galardões,
Os louros da maioridade.
- Com sua parca mesada
Chora o filho insatisfeito.
Em igual penúria o distrito
Chora perante o prefeito.
No Fundo, quer voz ativa.
Quer líquido e certo direito.
- Tudo, porém, tem um preço
Seja à vista ou em parcela.
Até Deus pra nos dá Eva
Nos cobrou uma costela
E a liberdade é mais cara
Pra quem faz mau uso dela.
- Assim sendo, emancipar-se
Talvez não valha à pena.
Em verdade o homem é livre
Quando criança pequena.
Por mais traquina que seja
Tem sempre quem a defenda.
Urina a grama o guri,
Sem censura, com pirraça.
Se o adulto incontinente,
Faz miquitório da praça,
Ao pé do ouvido a polícia
Dá conselhos de borracha.
- Se o jovem vive ocioso,
Não estuda e não trabalha,
Jogam a culpa nas leis,
Na educação, que é falha.
Quando for um homem feito,
Jogarão nele a cangalha.
- Enquanto eu for distrito
Reputo-me inimputável.
Vejo sofrer o meu povo
Em condição lastimável
E há duas léguas daqui
Aponto pro responsável.
Por outro lado, meu Santo
Aflijo-me, esquento a cuca.
Sou a terra que proteges,
Não sou a terra do nunca.
E toda criança um dia
Chegará à idade adulta.
Dá-me, pois, discernimento.
Aponta o melhor desfecho.
- Vejo vantagem em ser grande,
Contudo, comparo o preço.
Ser grande exige preparo,
Ou será grande o tropeço.
São José da Mata-PB, aliás, Campina Grande-PB, 07 de setembro de 2015.

sábado, 31 de outubro de 2015

Poeta Zé Laurentino passa por cirurgia e recupera parte da visão

Um lampejo de poesia

Na semana passada, assistindo a uma cantoria de violeiros na Casa do Poeta de Campina Grande, avistei o poeta popular Zé Laurentino acompanhando os cantadores e percebi que ele também me viu. Minha surpresa foi imediata, pois Zé tinha perdido a visão há alguns anos em decorrência de problemas de saúde. Ao conversar com ele, soube que no início deste mês, o poeta passou por um procedimento cirúrgico e recuperou 10% da visão, uma pequena luz acesa no fim do túnel da vida deste poeta. José Laurentino perdeu a esposa também há alguns anos e sem enxergar muitas perspectivas de futuro, o escritor levava os dias regados a muita cachaça.
Depois da cirurgia, Zé me confidenciou que está se sentindo muito mais vivo e que há a possibilidade de passar por um novo procedimento para enxergar ainda mais. Eu nunca tinha tido falado com o poeta antes de ele perder a visão e foi meu primeiro contato visual com o autor de "O mal se paga com o bem". 
É preciso ressaltar que Zé Laurentino é um dos maiores poetas populares em atividade no país, e mesmo durante o período que ficou sem enxergar ele continuou vendo a vida com olhos românticos dos amantes da poesia. Laurentino se destacou nos anos 80 e 90 em Campina Grande no rádio e nos festivais de cultura popular e chegou a viajar para diversos países divulgando a literatura popular.
Nascido no sítio Antas, zona rural de Puxinanã, o poeta vivenciou a mais legítima e original vida nordestina do campo e transcreveu estas experiências para os versos que mostram com muita propriedade um conhecimento verdadeiro do espírito do agricultor, do produtor do interior do Nordeste, como vemos em "O matuto e o doutor". 
A poesia dele transita pelo campo e pela cidade, é cômica como em "O matuto no futebol" e é reflexiva como em "Existe felicidade" e ainda mais bonita como em "A vendedora de Flores". Zé é um poeta singular que consegue colocar beleza em tudo. O nome simples mostra a proximidade com todos os Josés dos sertões brasileiros. A partir de agora, com uma nova visão, será possível escrever ainda mais poemas como "Conversa de passageiro", uma obra recitada no país inteiro pela riqueza de detalhes na descrição das paisagens dos torrões sertanejos.
Ele vive no bairro Presidente Médici, em Campina Grande, e o vizinho Arnaldo Cipriano é o principal amigo. Os dois fazem cantorias todas as semanas e ajudam a perpetuar a cultura local. Neste dia 20 de outubro, dia dedicado aos poetas, a melhor poesia a ser recitada e divulgada é a notícia da recuperação de Zé Laurentino. 

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Após 27 anos, paraquedistas voltam a sobrevoar São José da Mata


Depois de 27 anos sem olhar para o alto, os moradores de São José da Mata voltaram a erguer a cabeça com olhos atentos ao céu neste fim de semana e feriado de Nossa Senhora Aparecida. Apesar do feriado religioso, os matenses não clamavam por nada aos céus, estavam mesmo atentos aos voos de paraquedistas que realizaram atividades no distrito do sábado até a segunda-feira. Desde os anos 80 que os paraquedistas não sobrevoavam São José da Mata.
Vários atletas de todo o estado participaram da ação no Aeroclube, além de iniciantes no paraquedismo que tiveram treinamento durante uma semana e também os moradores do distrito que se aventuraram nos voos. O clube de paraquedismo de Campina Grande foi o segundo a ser cadastrado no país e o primeiro campeonato da modalidade no Brasil foi em Campina em 1964.
A atividade foi retomada e deve ser impulsionada, de acordo com o instrutor Demétrius Carvalho. "Ficaremos realizando estas atividades rotineiramente no Aeroclube. As pessoas que quiserem também poderão fazer um curso de 10 horas/aula para fazer o salto só e, caso queiram apenas curtir, eles podem fazer o salto duplo com instrutor com direito a foto e vídeo", disse.

Contatos:
EDER - 98836-1661
DEMETRIUS - 988885828 / 3077-8785
RAMON - 98713-1424 / 99827-1599

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Campinense transforma carros antigos em super máquinas

Bianco virou uma Ferrari. (Foto: Arquivo Pessoal).

Antigo Bianco resguarda aspectos originais, mas lembra uma Ferrari. (Foto: Arquivo Pessoal).

Opala virou Mustang. (Foto: Arquivo Pessoal).
O blog Jornalismo Poético descobriu em Campina Grande carros com algumas peculiaridades bem interessantes. Os carros fazem parte de uma gama de veículos antigos que são modificados por um apaixonado por este serviço que presta. Alexsandro Ferreira desenvolveu um trabalho artesanal, uma forma particular de mexer nos carros, que se assemelha ao das grandes oficinas do serviço especializado.
Na oficina de Alex, os carros antigos são tunados com peças de carros novos com um ar futurista. A projeção é espelhada em carros esportivos de luxo. O Escort 89 tem lanternas de Agile 2011 e faróis de Fox e é inspirado em um modelo BMW. Já o Fusca 72 tem faróis de Palio na vertical, além de portas no estilo gaivota. A ideia do farol na vertical é dar um aspecto moderno ao carro, algo já presente em carros da marca Chrysler. O mesmo detalhe também aparece no Uno 2004, que tem farol de Astra, também na vertical.
A modificação pode mexer muito na estrutura do carro ou apenas modernizá-lo, mas os donos preferem deixá-lo diferente, se assim podemos dizer. Tudo acontece porque eles chegam com seu carro na oficina e dizem com que carro querem deixá-lo parecido. O segundo passo fica por conta de Alex, que trabalha sozinho no projeto dos carros. “É um trabalho artesanal, muito cuidadoso, que requer atenção e carinho em cada detalhe”, disse.
Esse trabalho engloba alargamento de caixa de roda, construção de entradas de ar no capô, remodelação de para-choques, retirada de frisos, reconstrução de barra de coluna, modificações na suspensão (pode ser movida a ar) e muitos outros detalhes. E a parte boa é que é feito tudo com material reciclado, de sucata. A parte de lataria sempre é trabalhada com aço, nunca com fibra, e é proveniente de chapa de teto de carros inutilizados, mas que estão com esta parte intacta. Outras peças, como faróis, são compradas de seguradoras para baratear o custo final para o cliente, ao invés de comprar novo.
As portas gaivotas já são bastante conhecidas de quem admira o mundo do tuning, mas agora existe também a porta contrária ou suicida porque abre para trás. Porém, modificá-las não é barato, pode custar até 3 mil reais. A customização do capô fica em torno de R$ 350 e mexer nos para-choques pode chegar a R$ 1.000 de investimento, como dizem os tunadores.
Alex explicou que cada pessoa gasta em média 15 mil reais para deixar o carro do jeito que quer e o trabalho leva no mínimo seis meses até que ele fique inteiramente pronto. O estudante Aelisson Formiga transformou o seu Opala 86 em uma réplica de um Mustang GT 500, com traços bem característicos do carro. Quando perguntado sobre de onde vinha essa paixão, ele respondeu sucintamente “é um sonho realizado”.
Dá pra ver que não é nenhum hobby para essas pessoas, se tornou uma coisa séria mesmo. A paixão por este tipo de customização virou algo maior. Seu Hercílio Cruz tem um Bianco 78 e passou seis anos para concluir a restauração e customização do carro. O detalhe é que em Campina Grande só existem dois carros desse e o outro tem conservada a sua originalidade, mas a paixão pelo tuning fez com que seu Hercílio modificasse as características do lendário Bianco, que já foi considerado em uma época o carro mais caro do país. E o Bianco sai todos os dias para a rua, pois o filho de seu Hercílio, Allan Cruz, utiliza o carro para ir à faculdade.
Todos os outros carros são exclusivamente de exposição. O Fusca 72 de Marcelo Ferreira participa também de competições e já ganhou várias e ainda sobra um tempinho para dar aquele passeio com o dono aos finais de semana. Algumas outras modificações chamam a atenção, como é o caso do Opala de Alex, que tem um dispositivo para mudar o ronco do cano. O escapamento é silencioso, mas quando o dispositivo é acionado o ronco se torna estridente. Assim, o mesmo carro possui as versões esportiva e executiva. Interessante, não?
O mecânico Alex, que virou especialista do assunto na região, está agora trabalhando em um Vectra 94 que deve se tornar a primeira limousine da Paraíba. No próximo ano, o carro já deverá estar pronto, desfilando pelas ruas de Campina Grande. Para alguns, pode parecer um gasto desnecessário o que é feito para modificar os carros à sua maneira, mas todos os entusiastas se divertem com a prática e o mercado em torno desse hobby gera empregos e está fazendo a Paraíba se destacar no cenário nacional com projetistas especializados e inovadores na categoria. Bom para o estado! +Jeanne Silva +Mylena Andrade +Camilla Melo +Alann Ferreira Gomes +Emerson Tadeu +antonio otavio Otavio +Andreza Leão +Alexandre Marques +brauro gomes +Vilmar Junior +claudinho porto Claudinhoporto +Jefferson Cisne +Rodrigo Raposo +Erivan Sousa +Ribamar Cirne +Gwebus Vale +Helder Jesus +Italo Rodrigues +Shisley Junior +jefferson xavier +Arthur Franklin +Nathan Gonçalves +Rogerio Cunha +Joedson Santos +Maciel Lima +edersoares27 

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Escorpião pouco comum na Paraíba é encontrado em São José da Mata

Escorpião foi levado para o Centro de Zoonoses de Campina Grande. (Foto: Rossandra Oliveira).
As equipes da Gerente de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde de Campina Grande encontraram no distrito de São José da Mata uma espécie de escorpião pouco comum na Paraíba. O Tityus Neglectus é comum nos estados da Bahia e de Pernambuco. Em Campina Grande ainda não havia registro da espécie. O escorpião é venenoso e pode provocar lesões nas vítimas. O animal foi encontrado no sítio Corvão, no distrito.
De acordo com a Gerente de Vigilante Ambiental do município, Rossandra Oliveira, o bicho teria sido trazido da Bahia em uma carga de tijolos comprada pela família que mora no sítio Corvão. "É preciso que as pessoas tenham cuidado redobrado com o escorpião e que se alguém for picado, busque imediatamente o Hospital de Trauma para tomar o soro", disse. Após o soro, a vítima ainda deve receber a vacina, que é oferecida no Centro de Saúde Francisco Pinto, no Centro da cidade.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Consideração do amigo Carlos Perê



Vale no blog da vida
Assim como na labuta
A coragem para a luta
A postagem destemida
Quem cutuca na ferida
Destas aves de rapina
Que abusam de Campina
Pra garantir seu cajado
Merece ser apoiado
Usa bem do seu direito
Deixo aqui o meu respeito
A quem não fica calado

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

São José da Mata ganhará faculdade e os primeiros cursos superiores

O distrito de São José da Mata, em Campina Grande, terá cursos de nível superior oferecidos à comunidade por meio da iniciativa particular.
As inscrições para o vestibular em Pedagogia, Administração, Educação Física e Serviço Social estão abertas até o dia 11 de setembro e devem ser feitas no Centro Educacional Criativo, CEC, no Campo D'Angola.
As aulas serão ministradas e administradas pela Funeso, de Pernambuco, por meio de parceria com o CEC. É a primeira vez que uma universidade oferta cursos para os moradores do distrito.
De acordo com o coordenador do projeto, Cristiano Gouveia, os candidatos pagam R$ 50,00 para se inscrever e fazer o exame no dia 20 de setembro, que será composto de uma prova de redação.
Após a formação de turmas com 40 estudantes, terá início o calendário letivo em 2016.
As aulas serão semi-presenciais, com encontros no próprio CEC a cada terça-feira às 18h30 com complemento de atividades e aulas pela internet.
A inscrição para o vestibular custa R$ 50,00 e são exigidos apenas o RG e o CPF. Se aprovado, o aluno pagará R$ 50,00 por matrícula a cada semestre e as mensalidades variam de R$ 179,00 a R$ 199,00 com material didático incluso. Os cursos têm duração de 4 anos e os documentos necessários para a matrícula são:
Certidão de nascimento ou casamento autenticada
Cópia do Documento de Identidade autenticada
Cópia do CPF autenticada
Certificado de conclusão do Ensino Médio ou equivalente, registrado no órgão competente autenticado
Histórico escolar do Ensino Médio ou diploma de graduação autenticado
Cópia do título de eleitor autenticada
Comprovante de quitação com o Serviço Eleitoral autenticada
Certificado autenticado de Reservista ou prova de estar em dia com o Serviço Militar para o sexo masculino
2 fotos 3X4 atuais
Cópia do comprovante de residência

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Serviço de ônibus muda a partir desta quarta em Campina Grande

(Da Codecom)
Cidade é dividida por áreas e linhas com cores. (Divulgação: STTP).
A partir desta quarta-feira, 05, os Consórcios Santa Maria e Santa Verônica, vencedores da licitação pública realizada pela Prefeitura Municipal de Campina Grande, entrarão em operação no sistema de transporte coletivo urbano da cidade.
O atual sistema de transporte coletivo vinha funcionando mediante uma concessão pública precária e o prefeito Romero Rodrigues já havia autorizado, desde dezembro de 2013, a instalação do processo licitatório.
Ônibus serão identificados de acordo com cor da linha.
O consórcio Santa Maria, composto pelas empresas A. Cândido & Cia. Ltda (Nacional) e pela Viação Santa Rosa Ltda (Cabral), irá explorar as áreas Norte-01 e Oeste-03, que inclui também o Distrito de São José da Mata.
Já o Consórcio Santa Verônica, composto pelas empresas Nacional de Passageiros Ltda (Transnacional) e Verônica Salete de Transportes Ltda (Cruzeiro), operará na área Sul-02.
Com a assinatura dos contratos de concessão, no último dia 05 de junho (durante o Seminário Cidade Expressa), foi iniciado o prazo de 60 dias para a efetivação das novas concessionárias e saída das antigas permissionárias (Borborema, Campina Grande Transportes e Viação São José) que não se habilitaram ao processo licitatório.
As áreas atendidas pelas antigas empresas serão cobertas pelos consórcios, de modo a deixarem garantido o transporte da população diretamente afetada.

VISTORIA E PADRONIZAÇÃO 
O segundo passo foi a realização de vistoria em toda a frota relacionada no processo licitatório, bem como nas garagens das empresas consorciadas.
No terceiro passo, foi emitida a portaria que regulamenta a nova numeração de ordem da frota, para que a mesma se adeque, tanto aos sistemas de circulação nas ruas, quanto aos sistemas de bilhetagem eletrônica e auxiliar de sistemas de GPS.
O próximo passo é a nova identidade visual da frota, para que fique fácil a identificação de percursos e a requalificação das linhas, garantindo maior precisão e cobertura das áreas da cidade. 
No entanto, provisoriamente, para a população não ser desassistida, a frota ostentará o brasão do município em adesivo por cima dos nomes das empresas até então permissionárias e, gradativamente, devem ocorrer às mudanças de lay out de toda a frota.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Novo sistema de transporte começa a operar em São José da Mata

Ônibus da Cabral pertence ao Consórcio Santa Maria, responsável pela linha de SJM. (Foto: Geusinério Gomes).
O blog Jornal com Poesia trouxe a informação na semana passada de que o sistema de transporte coletivo de Campina Grande passaria por mudanças esta semana. Nesta segunda-feira, 3, os passageiros do distrito campinense São José da Mata já começaram a trilhar um caminho diferente para o Centro da cidade. Veículos das empresas Cabral e Nacional começaram a operar na comunidade, inclusive nos sítios Tambor e Capim Grande, e ofereceram mais qualidade no serviço do que o que vinha sendo prestado, de acordo com os usuários.



Os ônibus estão identificados temporariamente, mas serão adesivados com a
logomarca do Consórcio Santa Maria. (Foto: Geusinério Gomes).
Os carros continuam circulando com a logomarca dessas empresas até no máximo 60 dias, quando devem ser uniformizados e adesivados com o símbolo da Santa Maria. A Santa Maria é um Consórcio formado entre Cabral e Nacional para disputar a licitação de transporte da cidade. O processo licitatório definiu as operadoras dos próximos 15 anos na cidade. A Santa Maria ficou as zonas norte e oeste, que engloba São José da Mata, e a Santa Verônica, fusão entre Transnacional e Cruzeiro, ficou com a zona sul. Os roteiros, itinerários e horários podem ser alterados após estudos da STTP e dos Consórcios.

Saiba mais:

A Idalino Transportes, que prestava o serviço de forma exclusiva em São José da Mata há décadas, deixa agora de operar no distrito. A família detentora da empresa, que tem trabalhos sociais no distrito e os integrantes morando na localidade, continua sendo a responsável pelo transporte público em cidades circunvizinhas. Este blog espera que a família possa reorganizar os investimentos, vender os veículos danificados, comprar novos ônibus e agregar na linha em forma de sublocação, conforme é autorizado na licitação. Afinal, foram eles os responsáveis por viabilizar durante tantos anos o transporte para CG, favorecendo a possibilidade de estudarmos e trabalharmos na cidade.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Veja critérios para repasse de FPM para novos municípios

A proposta ainda é incipiente, mas já suscita a discussão. Caso a Lei Complementar 199/15 passe por todas as instâncias e São José da Mata passe por todos os trâmites e se torne município, a nova cidade passaria 12 anos ininterruptos sem receber recursos do Fundo de Participação dos Municípios, o FPM, que é o principal mantenedor das estruturas administrativas das cidades de pequeno porte em todo o país.
Os critérios da proposta apresentada pelo Senado para criação de novas cidades prevê que, somente a partir do 13º ano, a cidade passaria a contar com o FPM, mesmo assim, seria por meio de intermédio da cidade-mãe, no caso Campina Grande, que repassaria, recortaria uma fatia do bolo que ganha e dividiria com SJM proporcionalmente ao tamanho do distrito. Este subfinanciamento duraria do 13º ao 22º ano após a criação da cidade. 
Além destas questões, caso alguma obra ou algum investimento de Campina Grande em São José da Mata tenha resultado em oneração, dívida para a prefeitura de CG, o primeiro prefeito da nova cidade teria que pagar estes dividendos como cota-parte. 





sexta-feira, 24 de julho de 2015

Serviço de ônibus muda em Campina Grande a partir de agosto, diz STTP

Ônibus do Consórcio Santa Maria vão operar zonas Norte e Oeste de Campina Grande. (Foto:Wagner Michel)
O serviço de transporte urbano em Campina Grande deve mudar a partir do dia 5 de agosto. De acordo com a Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos - STTP, os dois Consórcios vencedores da licitação para operar o serviço na cidade pelos próximos 15 anos já passarão a administrar as linhas. Os roteiros, itinerários e horários permanecerão os mesmos, mas os veículos devem mudar.
Os contratos das Ordens de Serviços com os dois Consórcios foram assinados no dia 5 de julho e a partir do dia 5 de agosto eles passarão a administrar as linhas para as quais foram escolhidos na licitação realizada no início do ano. A cidade foi dividida em três regiões (Norte, Oeste e Sul). O Consórcio Santa Verônica, formado pela fusão pelas empresas Cruzeiro e Transnacional, ficou com a zona Sul, e o Consórcio Santa Maria, formado pelas empresas Cabral e Nacional, ficou responsável pelas zonas Norte e Oeste, que engloba o distrito de São José da Mata. 
A Gerente de Transporte, Aracy Brasil, explicou que as zonas serão divididas por cores e que a partir de agosto as novas empresas já se instalam nas linhas. As 7 empresas que operam atualmente e que não participaram da licitação deixarão de atuar a partir do dia 5, incluindo a empresa que presta o serviço em São José da Mata há mais de 50 anos. "Inicialmente, os carros dos Consórcios vão atuar sem identificação, terão apenas o nome e o número da linha e a cor da zona. Os consórcios têm até 120 dias para adequar os veículos à identidade visual. Passado este período, já teremos como identificar a melhor forma de cada um atuar e poderá haver mudanças nas rotas", explicou.
Aracy informou que os carros que vão ser utilizados pelos Consórcios já foram vistoriados e estão todos adequados. "Em apenas alguns casos, percebemos falhas nas plataformas elevatórias para cadeirantes. Estes defeitos já estão sendo resolvidos e só circularão carros em boas condições", afirmou.
Saiba mais:
Esta semana, o valor da tarifa de ônibus subiu em Campina Grande de R$ 2,30 para R$ 2,55. Os passageiros esperam que as medidas surtam em melhoria no serviço. O Secretário de Administração da cidade garantiu que isto deve acontecer. "Esta é uma forma de garantir investimentos e melhorias no transporte público da cidade porque as empresas vão empreender sabendo que terão retorno pois têm concessão pelos próximos quinze anos. Os consórcios têm a obrigação de promover cursos voltados para o setor com a comunidade e com os funcionários para qualificar o serviço. Eles precisarão melhorar os ônibus e o sistema de leitura dos cartões de passagens e poderão ser multados, caso não o façam", disse. 

Empresas de ônibus são isentas de pagamentos de impostos em CG

O mais recente aumento na tarifa de ônibus de Campina Grande, passando de R$ 2,30 para R$ 2,55, levantou a discussão sobre a relação custo benefício da passagem paga pelo usuário do transporte coletivo em Campina Grande. Uma questão que é de espantar é que os empresários do setor estão isentos do pagamento do Imposto sobre Serviço de qualquer natureza desde 2013. A Prefeitura Municipal de Campina Grande deixa de arrecadar mais de R$ 300 mil por mês com este perdão fiscal.
De acordo com a Prefeitura, a medida foi tomada em 2013 para amortecer o valor final da tarifa para o usuário, frente aos protestos realizados naquele ano que tiveram como resultado a redução da passagem, de R$ 2,20 para R$ 2,10. A Gerente de Transporte, Aracy Brasil, disse que a medida foi criticada pela Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos, STTP. "Este valor poderia ser investido pavimentação e em acessibilidade, em mobilidade urbana, mas o perdão diminui a arrecadação em 5% do total de impostos pagos pelos empresários", disse.
Além disso, o Governo Federal já tinha perdoado também em 2013 o COFINS e o PIS para as empresas de ônibus, representando uma economia de 3,65% para os empresários.
O reajuste tem sido alvo de inúmeras manifestações. A sede da STTP e a Prefeitura foram invadidas por estudantes que fazem parte do Movimento Passe Livre. Esta semana, um Projeto de Lei foi protocolado na Câmara Municipal de Campina Grande para que haja um intervalo entre a homologação do reajuste e a sua validação. Neste último aumento, o Prefeito Romero Rodrigues homologou o novo valor no domingo e a passagem já estava mais cara na segunda-feira, sem ninguém saber. O PL ainda será avaliado.
Uma nova reunião entre entidades representativas, manifestantes e STTP acontece na próxima terça-feira, 28, e vai rediscutir o reajuste aplicado.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

SJM representa um terço da população rural de Campina Grande

Área rural é maior que área urbana em São José da Mata.
(Foto: Geusinério Pinheiro)

De acordo com dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística - IBGE, a população rural do distrito de São José da Mata representa pouco mais de um terço da população rural de toda a cidade de Campina Grande. Campina tem 18.004 habitantes na zona rural e somente São José da Mata tem 6.308 moradores de sítios. Outra curiosidade é que metade da população do distrito é rural, já que SJM tem no total 13.068 habitantes e 6.308 moram na zona rural, com 6.760 na área urbana. Com o desmembramento das cidades, caso São José da Mata seja emancipada, o contingente populacional rural exige a criação de uma pasta específica para tratar de assuntos do campo e articular o provimento de recursos para investimentos na agricultura.

Mata será avaliada para emancipação de São José da Mata


A Lei Complementar 199/2015, que prevê a criação de novos municípios, foi aprovada somente no Senado, ainda precisa passar pelo crivo dos Deputados Estaduais e pela sanção da presidente Dilma Rousseff, mas já fomenta discussão e ansiedade nas possíveis novas cidades, como é o caso do distrito campinense São José da Mata. Contudo, os critérios da proposta são bem delimitados e, dentro outros aspectos, avaliam as características ambientais do local. A mata de São José da Mata seria avaliada, caso o projeto de emancipação tenha andamento.
A Lei exige que os novos municípios não estejam situados em áreas de preservação ambiental. A mata do distrito, em que pese abrigar diversidades de plantas exclusivas, ainda não é legitimamente um espaço registrado como Área de Proteção Ambiental - APA. Contudo, como explica o ambientalista Guilherme Leão, se trata de um local onde a intervenção humana não é autorizada para criar modificações na natureza. "Não é uma APA, mas merece preservação, principalmente por parte dos moradores", disse.
A aprovação da emancipação passará por análise de uma empresa das condições ambientais do distrito. Os resultados do estudo de viabilidade ambiental serão apresentados aos moradores por meio de audiências públicas.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Blindagem de carros cresce na Paraíba

Saiba tudo sobre este acessório de segurança veicular
 
Em Cabedelo, na Paraíba, uma empresa presta o serviço. (Foto:  Divulgação).
            Você tem se sentido mais e mais inseguro a cada dia? Se a resposta é sim, não é só você que tem esta sensação. A Paraíba foi classificada como o quinto estado mais violento do país, de acordo com o Mapa da Violência 2015, do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos. A taxa de homicídios por cada 100 mil habitantes é de 33. O resultado disso é que está todo mundo procurando se proteger da forma que pode, e quem pode está buscando uma alternativa chamada blindagem de carro.
            A blindagem não é algo novo, mas tem se tornado verdadeiramente mais funcional nos últimos anos com a crescente da violência. Ela consiste em um serviço nos veículos em que são colocados acessórios com propriedades de absorção balística capazes de cessar os projéteis. Da forma mais simples é isto, mas não se engane! É um processo bastante minucioso.
            Para começar, o procedimento passa por uma etapa burocrática bem rigorosa. O cliente que deseja ter o carro blindado precisa fazer um pedido de solicitação de concessão de blindagem de veículo no Exército. Nesta fase, o solicitante precisa justificar e comprovar a necessidade de instalação do dispositivo de segurança. Se o órgão autorizar, é emitida uma autorização prévia e o carro é levado para o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), para passar por uma vistoria.
            Passado este processo e concedidas as licenças nas duas instâncias, o carro pode enfim ser levado à loja que presta o serviço. Na oficina para blindar o carro, ele é todo desmontado, são retirados os bancos, os forros das portas e do teto, todos os componentes de acabamento. Contudo, painel e parte mecânica permanecem intocáveis. Todas as medidas são feitas em moldes e são confeccionadas peças de aramida e aço a serem empregadas na parte opaca do veículo, a lataria propriamente. No jargão dos que trabalham com a blindagem, os vidros recebem o nome de parte transparente e para cada carro eles já vêm no modelo específico fabricados em São Paulo.
            Após a instalação da blindagem, são recolocadas as partes do acabamento e uma cinta de aço em volta das rodas dos veículos para evitar que os tiros façam o carro ter que parar em função do pneu baixo. Como tudo é bem pensado, também é instalado um intercomunicador de dois canais para que os passageiros consigam conversar com quem está fora sem precisar baixar os vidros. Alguns ganham até sirenes para serem utilizadas em caso de perigo.
            Terminado o procedimento da blindagem, há mais uma etapa burocrática. O veículo retorna ao DETRAN para uma inspeção do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). Um novo documento é emitido e nele são especificadas as alterações. Somente em posse deste novo documento é que o dono estará autorizado a utilizar o carro. Todo este processo dura em média 30 dias
Todos os anos, no licenciamento, novas vistorias são feitas. Porém, a vida útil da blindagem é em média entre três e cinco anos, e há até garantia, tudo depende do material utilizado. Os vidros têm uma garantia de 10 anos contra delaminação, que é um processo de criação de bolhas.
Quem quiser dispor do serviço vai ter que desembolsar entre R$ 20 mil até R$ 60 mil, de acordo com o modelo do carro e o tipo de blindagem, que é classificada em três níveis. Os tipos de projéteis suportados variam conforme o nível de blindagem, que pode ser I, II ou III para o cidadão comum. Existem outros níveis como o II-A, e III-A, porém não são muito comercializados. O nível II se aproxima muito do custo do III-A e III. Este último suporta até calibres de fuzis, mas a burocracia para conseguir a autorização é enorme.
Também é preciso ficar atento a algumas restrições. O modelo do carro sofre limitações, não se aconselha blindar um carro que tenha menos de 98 cavalos de potência, um motor abaixo de 1.6, porque ele vai ganhar muito peso. Quem está investindo em segurança, naturalmente deve pensar em um carro mais potente para evasão em uma possível situação de perigo.
Com relação ao peso, o carro ganha em média entre 150 e 180 kg, que são distribuídos igualmente em todo o carro. Contudo, há uma queda relativa no desempenho e na autonomia, aumentando o consumo de combustível.
Empresa atende três clientes por mês. (Foto: Divulgação).
Na Paraíba apenas uma empresa presta o serviço, na cidade de Cabedelo. Além da blindagem automotiva a empresa também oferece a parte arquitetônica de lojas, casas lotéricas, agências dos Correios, condomínios residenciais e comerciais com o acessório de blindagem. O proprietário, João Paulo Valença, explicou que a blindadora foi montada em 2011 e que a procura pelo serviço cresceu mais de 30%. “É um mercado em expansão em função da crescente violência na Paraíba. Nós temos tudo o que qualquer outro grande centro no país tem em tecnologia neste ramo”, disse. Como é um trabalho minucioso e demorado, eles recebem em média três clientes por mês. No estado, porém, não existe o serviço de blindagem de carros-fortes. A empresa mais próxima fica na cidade de Carpina, em Pernambuco.

Documentos necessários para blindagem
Cópia de CNH
CRLV
Comprovante de residência

Antecedentes criminais

domingo, 19 de julho de 2015

São José da Mata é maior que 67% dos municípios paraibanos

Desde que o Senado aprovou a lei complementar 199/2015, que prevê a criação, fusão, incorporação e desmembramento de novos municípios, os moradores do distrito campinense de São José da Mata começaram a elencar os motivos para o local se tornar cidade. São José da Mata é o único distrito na Paraíba que poderia virar município, de acordo com os novos critérios da proposta da lei, já que tem mais de 13 mil habitante quando são necessários pelo menos 12 mil para cidades do Nordeste. 
Os matenses ganharam mais um argumento a favor. Dos 223 municípios existentes no estado, 150 têm menos de 12 mil moradores, sendo, portanto, menores que São José da Mata. Sendo assim, o distrito já atende a dois critérios da nova proposta para virar cidade, já que tem mais habitantes que o mínimo e que também é maior que a média dos 10% das menores cidades do estado. Neste quesito passa com folga, já que é maior do que 67%, como destacamos.
Mas, umm alerta que pode servir para SJM, é que além do baixo contingente populacional, estes 150 municípios não têm atividade econômica e sobrevivem do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A maior parte dos recursos vai para pagamento da folha de pessoal dos poderes Executivo e Legislativo, sobrando pouco para investimento em programas sociais e obras de infraestrutura, e tem como consequência o baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
A proposta prevê que a cidade, após criada, passará 9 anos sem receber FPM, tendo que a fatia do bolo ser recortada pelo município de origem e repassada proporcionalmente, no caso, Campina Grande. O deputado estadual Manoel Ludgério (PSD) deu declarações de que estaria disposto a articular a emancipação do distrito. Precisamos analisar se o movimento é popular ou político.

Cidades menores que São José da Mata

1.000 a 2.000 habitantes
Areia de Baraúnas, Coxixola, Parari, Quixaba, Riacho de Santo Antônio, São José do Brejo do Cruz, Algodão de Jandaíra, 

2.001 a 4.000 habitantes
Amparo, Assunção, Curral Velho, Bernardino Batista, Bom Jesus, Cacimba de Areia, Cajazeirinhas, Carrapateira Duas Estradas, Emas, Frei Martinho, Gurjão, Joca Claudino, Lastro, Mato Grosso, Olivedos, Ouro Velho, Passagem, Pedra Branca, Poço Dantas, Salgadinho, Santa Inês, Santo André, São Domingos, São Domingos do Cariri, São Francisco, São José de Bonfim, São José dos Cordeiros, São Sebastião do Umbuzeiro, Serra da Raiz, Serra Grande, Sossego, Tenório, Várzea, Vista Serrana, Zabelê.

4.001 a 6.000 habitantes
Aguiar, Alcantil, Caraúbas, Baraúna, Boa Ventura, Bom Sucesso, Borborema, Caldas Brandão, Camalaú, Catingueira, Caturité, Congo, Curral de Cima, Damião, Barra de São Miguel, Cabaceiras, Lagoa, Logradouro, Mãe D'Água, Malta, Matinhas, Montadas, Monte Horebe, Nova Palmeira, Pedro Régis, Pilõezinhos, Poço de José de Moura, Prata, Riachão, Riachão do Bacamarte, Riachão do Poço, Santa Helena, Santa Teresinha, Santana de Mangueira, São Bentinho, São João do Cariri, São João do Tigre, São José de Espinharas, São José de Princesa, São José do Sabugi, São José dos Ramos, Sertãozinho, Vieirópolis.

6.001 a 8.000 habitantes
Cubati, Cuité de Mamanguape, Água Branca, Areial, Boa Vista, Belém do Brejo do Cruz, Brejo dos Santos, Cacimbas, Caiçara, Capim, Casserengue, Condado, Diamante, Ibiara, Igaracy, Jericó, Juarez Távora, Junco do Seridó, Lagoa de Dentro, Livramento, Marizópolis, Maturéia, Nazarezinho, Nova Olinda, Olho D'Água, Pedra Lavrada, Pilões, Santa Cecília, Santa Cruz, Santana dos Garrotes, São José da Lagoa Tapada, São José de Caiana, São Mamede, São Miguel de Taipu, Serra Redonda, Serraria, Sobrado.

8.001 a 10.000 habitantes
Aparecida, Baía da Traição, Barra de Santana, Desterro, Gado Bravo, Juru, Marcação, Mataraca, Mulungu, Riacho dos Cavalos, Triunfo, Umbuzeiro.

10.001 a 12.000 habitantes
Bonito de Santa Fé, Cachoeira dos Índios, Dona Inês, Fagundes, Imaculada, Itatuba, Juripiranga, Manaíra, Natuba, Nova Floresta, Pilar, Pirpirituba, São Sebastião de Lagoa de Roça, São Vicente do Seridó, Tacima.  

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Nova proposta de criação de municípios torna SJM único distrito capaz de se emancipar na PB

Pela terceira vez em menos de dois anos, o plenário do Senado aprovou uma proposta que institui novas regras para criação, desmembramento, fusão e incorporação de municípios no País. O projeto abre a possibilidade de criação de pelo menos 180 novos municípios, que poderão se juntar aos 5.578 existentes. O projeto foi aprovado nesta quarta-feira, 15, por 57 votos a favor e nove contra.
A iniciativa do Senado é mais uma derrota para a presidente Dilma Rousseff, que, desde o final de 2013, já vetou outras duas iniciativas com o mesmo objetivo aprovadas pelo Congresso. O texto segue para a apreciação da Câmara dos Deputados.
NA PARAÍBA - Na Paraíba, os distritos de São José da Mata, em Campina Grande, e Nossa Senhora do Livramento, em Santa Rita, se enquadravam nas regras do projeto anterior para se tornarem municípios. Anteriormente, eram necessários 8,5 mil habitantes no mínimo para uma localidade virar cidade na região Nordeste, mas com a nova proposta são necessários pelo menos 12 mil moradores. Nossa Senhora do Livramento tem 11.232 moradores, de acordo com dados do Instituo Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Sendo assim, apenas São José da Mata poderia se tornar município na PB, já que tem 13.068 habitantes.
A criação de novos municípios acarreta despesas adicionais para a União, com a destinação de verbas do Fundo de Participação dos Municípios, além dos recursos ordinários de cada setor independentemente. Os deputados que são favoráveis à medida argumentam que desde 1997 não são fundadas novas cidades no país. 
CONDIÇÕES - Se o projeto for aprovado no Senado e, enfim, sancionado por Dilma, a execução será da seguinte forma: Um deputado deve pleitear o pedido de análise para municipalização na Assembleia Legislativa do Estado. O governo realiza um plebiscito e precisa de no mínimo 20% de votos dos habitantes da localidade a favor e 3% de votos favoráveis da cidade que perderá o espaço, no caso de São José da Mata, 3% dos moradores de Campina Grande. Em seguida, serão analisadas as viabilidades financeira, com a receita do local e as despesas, a administrativa, com o número de servidores e a urbana, é necessário ter um número de residências superior à média dos 10% de menores cidades do estado. Se passar por todos estes critérios, o município é criado por força de lei e é realizada a eleição para prefeito na primeira eleição geral de prefeitos que acontecer depois da lei.
OPINIÃO - São José da Mata é um distrito que está em constante crescimento populacional e desenvolvimento econômico, mas ainda se ancora fundamentalmente no setor do comércio, na classe de aposentados e no "prestadorismo" de serviço público com base em contratos temporários em regime de terceirização. O distrito não conseguiu sustentar o pleno funcionamento de um serviço eficaz de transporte coletivo e uma medida de consorciamento realizado por Campina Grande deve resolver a questão do transporte público do distrito ainda este ano. As poucas empresas que existem não têm vulto econômico e não representam garantia de investimentos no local e de geração de receita para o Poder Público. Talvez a experiência de começar do zero, criar a lei orgânica municipal com a visão ampla que temos hoje e o número de pessoas capacitadas no distrito possam ser fundamentais para por abaixo todos os argumentos supracitados como condicionantes para o insucesso da municipalização, e é assim que torcemos e esperamos. O distrito foi criado pela lei estadual 318 de 7 de janeiro de 1949.