quinta-feira, 18 de junho de 2015

Creche desenvolve projeto de leitura com boneca há 10 anos e obtém resultados


O trabalho começou despretensioso e como forma de desenvolver as habilidades manuais dos alunos de uma das turmas da Creche Zeferina Gaudêncio, no bairro do Catolé, para costurar uma boneca de pano, mas cresceu e hoje faz parte de todas as atividades pedagógicas d a unidade escolar.
Nesta quarta-feira, 17, o Arraial que encerrou as atividades escolares do primeiro semestre mais uma vez contou com a presença da boneca de pano Fefê. Estava tudo muito organizado e preparado com muito zelo. As educadoras e os servidores construíram junto com as crianças um retrato fiel de uma casa interiorana de sítio, levaram todos os aspectos culturais da nossa região para dentro da creche e homenagearam os artistas locais com a exposição de cartazes, discos, bonecos.
Mas a festa era toda voltada para a boneca Fefê que vai completar 10 anos de existência e integra as comemorações da creche infantil. Uma das idealizadoras, a professora Vânia Araújo, explica que a boneca de pano é utilizada para desenvolver ações lúdicas e o gosto pela leitura nas crianças. “Ela virou a porta-bandeira de todas as atividades, mas nasceu inicialmente para ajudar no processo de leitura. Os alunos a levavam para casa para ler uma história à noite e relatar no outro dia como foi a experiência. De repente, as crianças estavam levando a Fefê para andar de ônibus, brincar no parque e ela voltava com fita no cabelo, com laços, roupas. A partir desse momento, percebemos um melhoramento no desempenho de cada um em sala de aula e já são quase 10 anos utilizando a boneca como recurso paradidático de sucesso”, relatou.
A pedagoga Maria Gilvaneide explicou que a ideia da boneca, apesar de simples, despertou mais interesse nos alunos. “Nós temos alunos até especiais que passaram a exigir a companhia do brinquedo em sala de aula e, a partir disso, conseguiram focar no aprendizado. Desenvolvemos várias atividades em torno dela e a mais recente é o jardim da Fefê, em que promovemos a consciência ambiental. E por último, a boneca de pano preto representa uma criança negra, ajudando a dirimir o preconceito racial”, avaliou.
Além de iniciativas como essa, a Secretaria de Educação de Campina Grande já fomenta outras atividades que desenvolvem a leitura a exemplo do projeto “Pra lá, pra cá”. Além disso, todas as creches infantis do município têm salas de leitura. A Creche Karine da Silva, no distrito de São José da Mata, também encerrou as atividades nesta quinta-feira, 18, com um arraial cheio de comidas típicas, com brincadeiras juninas e decoração da época.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Tudo passa, menos a praça de São José da Mata



A Mata que sombreia a praça de São José da Mata muda constantemente de cor, ora chove e ela é verde, se está seco ela se tinge de cinza e se cinge para o verão. Abaixo dela, a sombra é sempre a mesma e é à sombra, na penumbra, que está a praça de São José da Mata. Tudo passa, e ela permanece. A quem por ela a pé passa, perpassa o medo, quem por ela passeia, se apressa, pois a praça, está na prensa, no escuro. Embora com muitas luzes acesas, ela caiu no esquecimento e depois de reformada e inteiramente reconstruída, estão faltando alguns requintes para ser reativada.
Passamos a festa do Padroeiro São José e o local não foi inaugurado. O carpinteiro José não viu a obra ficar pronta em sua homenagem. Nem o mais pessimista morador do distrito poderia prever e profetizar que a obra se arrastaria por tanto tempo com tão pouco a se fazer pra terminar. Por falar em profecia, chegou o São João e o cenário é o mesmo, lembrando que a festa popular junina do local é realizada na praça. Será que chegaremos no dia de São Silvestre e essa obra não termina? Só o que nos conforta é que tudo isso acontece bem abaixo dos olhos divinos, já que a Paróquia distrital fica bem acima da praça. Abra o olho, Poder Público. O castigo do povo é o castigo de Deus! 

sábado, 6 de junho de 2015

Arte popular exaltada em Encontro no Teatro Municipal Severino Cabral



Do Repórter Junino
Na noite desta quarta-feira (3), aconteceu no Teatro Municipal Severino Cabral, o primeiro encontro de repentistas, emboladores, cordelistas e cantadores com intuito de promover a interação entre o público e arte popular. "De Repente, Uma Noite" foi o tema do encontro, o trocadilho foi criado pelo poeta idealizador Tião Lima, que organizou o evento.
O repente vive hoje dificuldade em ser aceito e difundido decorrente das músicas contemporâneas. Há mais de 400 anos, essa prática é realizada e encanta as pessoas pela capacidade intelectual dos repentistas, que cantam com rimas improvisadas os diversos assuntos sorteados da atualidade, com temáticas variadas.

A riqueza de modalidades e formas do repente existente no nordeste brasileiro é incomparável com a de outros países, embora o verso improvisado seja algo presente em todas as culturas. Porém, o que era comum na vida dos nordestinos tem sido excluído de alguns eventos, ocasionando o esquecimento da população. "O problema está na falta de incentivo por parte dos poderes públicos. Os órgãos competentes deveriam apoiar, assim como no futebol, a nossa expressão cultural. Isso aqui é cultura", comentou o corretor de seguro Anatólio Chaves, que foi prestigiar as apresentações.
Quem também marcou presença foi o escritor Bráulio Tavares, declamando alguns versos sobre Sebastião da Silva, famoso poeta repentista. "O repente exige pessoas com preparo intelectual. O que vemos ali em cima do palco são duas mentes como vulcões entrando em erupção ao improvisar", disse ele. Para o escritor, há ainda o preconceito por parte de algumas pessoas, mas a classe de repentistas já foi reconhecida oficialmente pelo Ministério do Trabalho como profissão oficial no Brasil.
Se faz necessária a inclusão dessa arte (cordéis, repentistas, emboladores de coco etc.) nas festas tradicionais de nossa região, em especial no Maior São João do Mundo, em Campina Grande, como ocorre em Caruaru, por exemplo, possuindo a preservação desse estilo musical. Não é fácil a tarefa de tocar, improvisar e declamar tudo ao mesmo tempo, faz parte da nossa cultura.
O mediador do evento, o apresentador de rádio e presidente do clube do repente, Iponax Vila Nova, ressaltou a importância do evento na divulgação do trabalho dos cantadores. “O cenário para cantoria vai muito bem aqui em Campina Grande. Temos dois programas de rádio; empregos e oportunidades não faltam, o momento é muito bom para a cantoria”, complementou ele.
O evento contou ainda com a participação dos pernambucanos Edmilson Ferreira e Antonio Lisboa, os cantadores Cícero Nascimento e Ronaldo Cipriano e os emboladores Severino Feitosa e João Lourenço, que a cada apresentação eram aplaudidos com louvor pelo público. Veja álbum de fotos da nossa cobertura.
Reportagem: Jayanne Lins e Jéssica Tainan
Fotos: Dalisson Markel
Edição: Anthony Souza

AUTO-REFERÊNCIA: Campina Grande é tema em páginas de cordel de jovem campinense



Do Repórter Junino
Campina é grande não apenas no seu nome, mas também na riqueza de sua cultura. Prova disso é o cordel – gênero literário que se popularizou no Brasil na metade do século XIX – e seu nome vem da forma de como esses folhetos eram comercializados, geralmente pendurados em cordões.
Por aqui é cada vez mais raro encontrar a comercialização desses folhetos, que de longe parecem apenas um livrinho impresso em papel barato, mas de perto revelam a história de um povo, contado através de versos e rimas.
Campina Grande é berço de um dos maiores nomes da literatura de cordel, o cordelista Manoel Monteiro, que faleceu em 2014 e dedicou mais de 50 anos de sua vida para a produção de cordéis infantis. Possui mais de 150 publicações, além de algumas adaptações pelas principais editoras do país.
A poesia desse mestre continua servindo de inspiração para quem pretende manter viva essa tradição. É o caso do jovem poeta Rafael Melo que homenageou a rainha da Borborema com o cordel “Ó Campina Sesquicentenária”.
Em conversa com Melo, ele nos conta que sua grande inspiração foi o cordelista Manoel Monteiro por suas ricas obras. Rafael Melo ainda pretende levar seu trabalho para as escolas municipais de Campina, fazendo com que o mesmo sirva como material didático para alfabetização de crianças e adolescentes, com o propósito de resgatar essa tradição típica do nordeste brasileiro.
Kátia Monteiro, filha de Manoel Monteiro, avalia como positiva a iniciativa do poeta: “Esse era um dos desejos do meu pai, fazer com que o cordel chegasse às escolas, contribuindo para educação de crianças”, disse ela.
As obras do cordelista Manoel Monteiro são encontradas na internet e em acervo pessoal. Já as obras do jovem poeta Rafael Melo são encontradas com o mesmo ou em feiras e exposições do gênero.
Reportagem: Felipe Paiva · 
Edição: Klauber Canuto · 
Fotos: Eloyna Alves

Uma grave bola fora no São João de Campina

Uma vez o ex-jogador da Seleção Brasileira Rinaldo me falou que o craque não pode colar a bola no pé e querer o jogo todo pra ele para dizer que é o fera. Rinaldo tem moral para falar isso porque além de jogador ele foi um marqueteiro. Rinaldo jogava no ataque com Pelé em 1990 quando a seleção disputava jogos comemorativos aos 50 anos do Rei do Futebol. Ele deixou de passar a bola para Pelé fazer um gol e ganhou mais mídia em cima dele do que se tivesse dado a assistência. Pego esse exemplo para lembrar que os empresários e assessores de imprensa não podem querer luz demais para quem já tem todos os holofotes, umas bolas têm que passar para o companheiro do lado.
Na abertura do Maior São João do Mundo em Campina Grande o Jornal da Globo decidiu fazer uma entrada ao vivo mostrando a festa na cidade à meia-noite. Sabendo disso, a organização da festa reorganizou a programação da noite para que a banda Luan e Forró Estilizado estivesse tocando na hora da participação ao vivo da repórter para o artista aparecer para todo o Brasil.
Este foi um desrespeito à história do São João da cidade. Há 30 anos, Jairo Madruga abre a festa tradicionalmente à meia-noite. Ontem, o povo precisou "Olhar pro céu" mais cedo, já a partir das 23h40 e Madruga não viu a madrugada chegar. Como resultado, não deu tempo fazer a troca de bandas e quando a repórter foi ao ar não tinha absolutamente nada na festa, nem música de Jairo, nem zoada de Luan, nem mel, nem cabaça.
A estratégia foi fail e saiu feio, viu?! Desrespeitaram a tradição. O público de Jornal da Globo potencialmente está mais ligado a Jairo Madruga, com sua linda performance da música gonzaguiana e os fogos no céu, que a um show de Luan. Luan já tem luz própria e na única oportunidade de Jairo ganhar prospecção nacional, algumas mentes ceifaram a cultura. Acho que Luan tem seu valor, mas não era o caso fazer o que foi feito. Isto reflete o descompromisso dessa festa com o verdadeiro valor cultural, a desconsideração com violeiros, poetas, quadrilheiros, forrozeiros locais. A loja Espaço Junino da Associação das Quadrilhas, por exemplo, ficou escondida e nem ficou pronta a tempo da abertura.
Querem universalizar a festa, mostrando uma atração como Luan, que é conhecido no país, sem organizar a casa. Quem gosta de atração nacional é o povo da cidade, turista quer vir ver atração local. É uma questão de justiça com quem venceu o último Forró Fest realizado, com quem gravou as marchinhas de Livardo Alves, quem revolucionou a Festa do Bode Rei em Cabaceiras, quem nos premiou com a versão lenta de "Olha pro céu, meu amor". Pensando melhor, foi mais interessante o link ter entrado sem nada do que com Jairo, pois ninguém quase o vê mesmo, com tantos políticos em cima do palco na hora da queima de fogos. O goleiro estava caído e chutaram pra fora, mas o campeonato está só começando, são 30 dias de festa, vamos tentar a recuperação. 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

‘Projeto Lendo é que se faz’ chega a Escola Municipal São Clemente

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Da CODECOM

O ‘Projeto Lendo é que se faz’, que objetiva o incentivo a leitura e à capacitação para inclusão produtiva com o uso das minibibliotecas como ferramenta de apoio didático-pedagógico chegou a Escola Municipal São Clemente – São José da Mata, na última quinta-feira (28). Foram contemplados com as atividades em média 600 alunos.
Participaram das atividades realizadas nos turnos da manhã e tarde, os técnicos do INSA, da Secretaria de Educação, da SESUMA e as contadoras de história da Brinquedoteca Municipal. Água é o tema abordado pelo projeto.
Além da contação de história, os alunos da E.M São Clemente tiveram a oportunidade de conhecer o acervo da Minibiblioteca.
O projeto é o resultado de uma parceria do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) com a Prefeitura Municipal através das Secretarias de Educação e Agricultura e a Embrapa
A ação conta com apoio do Projeto Minibiblioteca criado em 2003 pela Embrapa em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) integrando o Plano Brasil sem Miséria.
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Cada instituição selecionada recebe 120 títulos de publicações impressas, um kit com oito DVDs com 80 reportagens do programa de televisão da Embrapa, Dia de Campo na TV, e 160 programas de rádio Prosa Rural e uma estante de aço para acondicionamento dos produtos. Todos os títulos contêm informações direcionadas ao desenvolvimento da agricultura e pecuária, com foco no Semiárido brasileiro.
A iniciativa possui duração de dois anos e tem o intuito de popularizar o conhecimento científico e tecnológico sobre o bioma Caatinga entre jovens e crianças para contribuir no processo de formação de novos leitores.
Em Campina Grande, o projeto de incentivo à leitura é coordenado por Cláudia Mara Ribeiro e Paulo Luciano Santos. Responsável pela biblioteca do Insa, Cláudia Mara declara. O projeto “Lendo é que se faz” contemplará inicialmente sete escolas municipais e três escolas estaduais.