Matuto do interior
Nunca pude ser doutor
Nem fui filho de fazendeiro
Mas com os tustão que ganhei
Pra capitá viajei
Fui ver firme estrangeiro
Chegando da capitá
Em Itabaiana na praça
Comecei a discursar
E disse assim: “má rapá”
Eu fui lá na capitá rapá
E vi vi um firme mafioso
Pense num firme internacioná
Os matuto foram chegando
E a negrada se sentando
Pro mode me escutar
Aí eu disse que no firme
Três artista existia
O bandido que matava
O artista que salvava
E o artista que sofria
O bandido que matava
Digo isso sem mentira
Junto com os seus compassas
Armou uma grande trapaça
Amarrou com cipó de imbira
O artista que sofria
Mas esqueceu do que salvava
E pense numa falta de sorte
Do artista que sofria
Ele morreu de tentar
Mas porém não conseguia
Porque apesar de ser forte
Imbira dos Estados Unidos
Num tem no mundo quem se solte
Perigoso que só buchada azeda
Invocado que só fiscal de gafieira
Mais sério que um porco mijando
A carona do bandido
Na tela foi se alargando
Pois o bandido bicho apontou o dedo
Bem na cara do artista
Que de nada tinha medo
E amarradinho na imbira
Ouviu o bandido falar
Num sei quê lá, Num sei quê lá
Num sei quê lá, Num sei quê lá
Mas ele num se amedrontou
O bicho era muito macho
olhou para o bandido tranquilo
Olhou para cima de baixo
E amarradin assim no chão
Disse: “Num sei quê lá
Num sei quê lá o que meu irmão?”
Meu amigo esse bandido
Ficou meio enfurecido
E feito um cururu no sal
Pegou o artista pela nuca
E disse: “Num sei quê lá,
Num sei quê lá o que?
Seu felá da puta”
Mas o artista tava era calmo
E continuou tranquilo
Olhou para cara do bandido
Má rapái e disse: “Num sei quê lá,
Num sei quê lá um carai?”
Má o bandido pegou um ah
Disse num tem quem me segure
Pegou uma chibata com a mão
Feita de pneu de girola de caminhão
Mais comprida que língua de manicure
E deu-lhe uma chibatada
Má foi tão aparentada
A um coice de besta parida
Que da tábua do queixo
Ao corte oreia do artista
Ficou escrito o nome
FIRESTOOONE
Eu sei que no meio dos bandido
Tinha um ator infiltrado
Que era do lado do artista
E tava mais camuflado
Que rapariga de pastor
Num tinha quem desconfiasse
Num tinha quem desconfiasse
Aí ele se encostou
Num cantinho assim do lado
E ele tinha um relógio
Pra telefone puxado
E ele passou o bizú
Pra polícia lá embaixo
E quando todos podiam escutar
O ator disse: “Num sei quê lá,
Num sei quê lá, Num sei quê lá”
E a polícia toda atenta
Ouviu tudo pelo rádio
Mas nos Estados Unidos
A polícia não é polícia
Se veste de adevogado
Eu sei que depois de feito
Todo o comunicado
A polícia passou um rádio
Chamou os outros ligeiro
Disse: “Acuie, acuie, acuie
todos os carros que o
negócio é dismantelo
Aí os carros acuiaram
Os carros acuiaram
Os carros acuiaram
E quando no local chegaram
Aí é que foi dismantelo
No prédio tinha mais carro
Que número de romeiro
Nos pés de padim padre Ciço
Na cidade de Juazeiro
O prédio era um prédio grande
Tinha uns dois ou três andares
Igual à prefeitura de Campina Grande
Mas num tinha quem entrasse
E nesse meio termos
Fecharam a avenida
E a polícia tome corda, tome corda
para salvar o artista
má deu uma revira-volta
E assim de última hora
Quando achava que era polícia
Veio o momento mais arrepiador
O artista principal chegou
Era o artista que salvava
Que veio salvar o outro artista
Ele veio naquele avião
Que tem uma peneira em cima
E ele num voava não
Ficou parado na prefeitura
Lá de cima ele avistava
Em baixo as viatura
E o povo avistava ele
Pela capota de vrido
Com dois cinturão de bala
E nas mãos uma espingarda
Com um canozão comprido
E os matuto me escutando
Sentado em cima de uns jegue
Aí eu disse o nome do artista
Arnudo Ichuazinegger
Má preste atenção meu irmão
Porque num é desses Ichuazinegger
Que dá no cu de qualquer moleque
Nascido no sertão não
É Ichuazinegger importado
Que num existe na Paraíba
Ou é da Checoslováquia
Ou então é da Bolívia
Aí o motorista mandou
Ichuazinegger dá um sarto
Ele pulo do avião
Quebrou logo o telhado
Depois furou a laje
E caiu no meio da sala
onde o artista tava amarrado
E antes que os bandido se ajeitasse
Ichuazinegger cheio de enfeite
Pegou tudo desprevinido
Cumeno cuscuz com leite
Ichuazinegger pegou a pistola
E se escorou num cantin
Começou a atirar
Num sei quê lá, Num sei quê lá, Num sei quê lá
Pois num é que matou tudim
Aí foi que apareceu bandido
E foi briga de cem metido a metro
Ele deu um tabefe danado
No bandido Mané Tapadi
Que logo soltou um berro
E feito uma jaca mole
caiu no chão de cu trancado
Aí um bandido atrevido
Homilhou o nosso artista
Agrediu-o com uma dedada
Onde as costas faz a virada
Onde ela muda de nome
No olho que num vê nada
O artista ofendido
Na região delicada
Entre a rapidez da dedada
E a velocidade do epa
Se escorou assim numa mesa
E com a fúria de 150 siri
Numa lata de querosene
Apontou a buduada
Acertou mermo na cara
E no serrote dos dente
O que choveu de canino
De molar e de incisivo
Fez chapa pra um mói de gente
Nesse momento o bandido
Correu já ia escapar
O artista com a espingarda
Começou a atirar
Tiro foi mais de setenta
Que a gente no cinema
Teve que se abaixar
Daquelas letrinha que passa
Derrubou um mói minha gente
Era bala de cartucheira
Que chega o telão ficou quente
Das letras sobraram três
Eu digo para vocês
Era um F, um I e um M