terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ode a um ídolo

Homenagem a todos os pais


A tua barba já está grisalha

E eu afago o teu pouco cabelo

O labor te deixou cansado

Mas o sorriso continua o mesmo

Tentavas esconder a angústia

Quando desabava o teu chão

Disfarçavas e sorrias pra gente

Mas o olhar guardava a preocupação

De nunca deixar faltar

O pão de cada em dia em nossa mesa

Não faltou, mas e se faltasse

O amor não faltaria com certeza

A custo e com muito suor

Trabalhavas dia a dia sem parar

E se estava difícil te calavas

Para não nos preocupar

Me desculpa se contigo não dividi

Tantos momentos bons de alegria

Se com outros procurei me divertir

Enquanto você em casa não dormia

Me desculpa quando eu só te procurava

Pra falar dos problemas que eu trazia

Das angústias, dos medos e frustrações

Que você pacientemente ouvia

Fostes o conselheiro, o meu

Fiel escudeiro, fostes o meu divã

E quando eu não tinha sono, cantastes

Mais que Caetano ou que qualquer Djavan

Quando uma porta sem piedade se fechava

Você me dava esperança

Eu cresci como sonhava

Mas o mundo me faz querer ser aquela criança

Que quando de medo chorava

Encontrava em teus braços o conforto

Deleitava o pequeno corpo em teu peito

E já se sentia seguro de novo

Pai eu fico descontente

Por não te trazer nenhum presente

Sei que isso não te deixa magoado

Pois o que importa é eu estar ao teu lado

O seu dever está cumprido

Já sou um homem formado

Se te recompensei, não sei

Mas, muito obrigado.

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