(Inspirado em Augusto dos Anjos pelo centenário de sua morte)
Nasci
com vários destinos
Pelo
corpo circunscritos
Para que fossem trilhados
No
espaço da infância
Criei
uma repugnância
Pelos
passos já andados
Sonhei,
pensei e agi
Ao
futuro requeri
Um
futuro de presente
Mas
ao crescer percebi
Que
o caminho que segui
Era
muito diferente
Eu
ainda menininho
Nas
pernas vários caminhos
Escolhi
o mais banal
Foi
trágico e infeliz
Quando
eu "percebisenti"
O
meu destino final
Fui
no cosmos englobante
Um
infante viajante
Número
em uma máquina
Fiquei
leproso, doente
Hipocondríaco,
impotente
De
maneira mais que rápida
Torto
qual o anjo à sombra
Uma
dor forte me assombra
Quando
deito à noitinha
Esta
tal espondilite
Anquilosante
divide
O
sorriso e a alegria
E nos caminhos dos membros
Os passos foram horrendos
Resultados infelizes
Por ser um inerte animal
Com nada de especial
Travaram-me as varizes
A
visão ganhou limite
Tive
uma uveíte
No
olho que é da razão
Mas
ainda palpitava
O
olho que enxergava
Com
íris do coração
Operei-me de varizes
Arrancaram as raízes
Duma veia incompetente
Mas veia de poesia
Num existe cirurgia
Que "desrime" ou arrebente
Arrancaram as raízes
Duma veia incompetente
Mas veia de poesia
Num existe cirurgia
Que "desrime" ou arrebente
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