quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

"Tá imprensado"

Nós amantes da comunicação fomos surpreendidos este mês com a divulgação de informações que nos falam sobre redução de equipes e cancelamento de publicações nos jornais impressos da Paraíba. Era um desfecho previsível, mas para quem ama o papel, não há como não se entristecer. O jornal impresso é um símbolo, uma marca, um comportamento, uma cultura. Naturalmente caminhamos cada vez mais para a midiatização, para a digitalização dos documentos, para o consumo digital por parte dos leitores, para a submissão ao apelo da megamultimidialidade oferecida na web, para a memória virtual, mas sempre fica aquele ranço.
Não é um sentimento de que o jornalismo digital esteja suprimindo o impresso, do contrário, a internet tem ocupado seu espaço, que é enorme dentro da sociedade. O jornalismo impresso apenas está entrando em desuso, um processo comum em todas as fases evolutivas da humanidade em que técnicas e tecnologias avançadas otimizam as realizadas anteriormente e determinam novas formas de funcionamento de uma atividade humana, de um sistema, nesse caso, o da comunicação.
A instantaneidade oferecida pelo mundo digital, a multimidialidade, a intuitividade, a tactabilidade, a personalização do conteúdo são atributos muito atrativos da internet, não dá para o nosso impresso competir. Além disso, os custos de produção, já que os insumos do jornal são baseados no dólar, e os modelos de negócio são bastante diferentes na web, possibilitam mais lucro e mais dinamismo. Outro agravante é a crise econômica pela qual passamos. Todos sabem que o impresso já enfrentava uma crise, mas a recessão do país tornou ainda mais onerosa a produção neste meio de comunicação. 
Mas, claro, o grande fundamento para o jornalismo impresso não resistir à concorrência digital reside muito claramente no público. A forma de consumir notícia e informação mudou completamente e não há como lutar com o fenômeno da comunicação. Vai ser cada vez mais difícil ver alguém abrindo as longas páginas do jornal sobre a mesa no café da manhã. É também evidente que muitos grupos estão fazendo manobras para contornar o problema e manter vivo e lido o jornal diário. A convergência jornalística e a redefinição visual são alternativas. Não dá para esperar a edição do próximo dia para saber o que vai acontecer.

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